quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O mistério das palavras

É interessante de notar o som e o poder das palavras.
Já repararam como é lindo o som da palavra perspicácia?
Nem tanto pelo seu significado de entendimento sobre as complexidades, mas por uma certa coceirinha no nariz que ela nos dá. Vamos lá, repeat please: Perspicácia.
Na forma como aparecem, as palavras tem o certo dom de alegrar a nossa fala, mesmo que estejamos tristes.
Quer ver...
fale tristemente as palavras  
cócoras, bugigangas, estrupício, supimpa, mafagafos.

Conseguiu não rir? Tá feia a coisa hein, dá-lhe fluoxetina então.

Bem, tem outras boas num fórum encontrado:


ou o que é melhor, seu matusquela, uma lista desde 1958 de palavras engraçadas!!!

Acredito que o som da palavra pode compor uma harmonia no que estamos querendo transmitir, quando faladas de maneira ríspida ou amena podem transmitir mais que o próprio significado!

A que se dizer das letras de músicas e do mistério que elas possam transparecer. Mas sobre isso já é de tempos debatido. Em 1972, Augusto de Campos em referencia ao tropicalista Torquato Neto já dissertava sobre o mistério das letras de músicas.

“estou pensando
no mistério das letras de música
tão frágeis quando escritas
tão fortes quando cantadas
por exemplo “nenhuma dor” (é preciso reouvir)
parece banal escrita
mas é visceral cantada
a palavra cantada
não é a palavra falada
nem a palavra escrita
a altura a intensidade a duração a posição
da palavra no espaço musical
a voz e o mood mudam tudo
a palavra-canto
é outra coisa”

Em Balaço da Bossa – p.309.

Falada, cantada, escrita ou simbolicamente transmitida ela remonta, transpassa a organização, a semântica e a sua mensagem. Talvez seja por isso que resolvi me aventurar nesse espaço.

Não sei se todo mundo tem essa loucura, mas quando escuto as palavras ou as falo, as letras aparecem na minha mente, sim, sim...loucura total, quando falo, vejo as letras da minha mente...ai... sei, vou conversar com algum profissional sobre isso.

Grata pelo tempo de leitura... inté!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010